quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sinta essa noite - parte 1


Era show de uma das minhas bandas favoritas, e eu estava eufórica só por estar lá, mas aquilo não bastou para a minha maré de sorte me cobrir e afogar as minhas reações.

Sim ele estava lá. O garoto por quem eu era apaixonada estava lá, apenas uns três metros nos separava além daquela multidão de pessoas que não eram relevantes no momento. Eu o conhecia e já tinha falado com ele apesar de não sermos amigos; ele me viu, meu coração acelerou numa disritmia impactante; ele sorriu, senti minhas pupilas dilatarem e minha respiração fraquejar cada vez mais; eu não consegui fazer mais nada além de sorrir de volta; eu estava apavorada, com a minha música preferida de fundo que tilintava sincronizadamente com o olhar e o sorriso dele em minha direção.

Tinha terminado o show e ele veio falar comigo na saída, eu não esperava essa reação da parte dele porque nem éramos amigos e acenar e sorrir para uma pessoa que você conhece é normal, mas ir falar com ela sem uma amizade no final de um show eu já não sei se é comum, mas sei que fiquei surpresa e um pouco sem reação.

- Oi Talita...oi Aline ! - ele nos disse comprimentando com um beijo no rosto e uma voz de surpresa.

- Oi Victor - dissemos num uníssono bem ritmado.

- Tudo bom com vocês?

- Sim...tudo e com você?

- Aham...eu e o Gu vamos pra uma festa "pós-show"...vocês tão afim de ir com a gente?

- Por mim tudo bem - disse a Aline com uma expressão indiferente e uma voz entusiasmada para mim, eu sabia que ela gostava do Gustavo.

- Por mim também... mas aonde que vai ser?

- Ah, a gente leva vocês...ou vocês já estão acompanhadas? - ele disse olhando para mim e logo com essa pergunta o Gustavo se pôs rapidamente do lado do Victor olhando fixamente para a Aline.

- Não, não. Nós estamos sozinhas - disse Aline numa intonação frenética.

- Claro - eu disse um pouco confusa.

- Tudo bem, então vamos?

- Vamos ! - dissemos novamente em uníssono.

A noite estava linda e quente também. A festa seria a poucas quadras dali mas mesmo assim fomos de carro, eu preferia ir andando porque quando estou nervosa adoro andar, mas de carro estava ótimo, nós estávamos com eles.

Estava com meu pensamento longiquo, até que ele falou comigo e no exato momento "voltei", um tanto atrapalhada.

- No que você está pensando? - ele me perguntou repentinamente.

- Ah, não sei...talvez em como irá ser a festa - respondi após pensar bastante.

- Vai ser boa acredite - ele falou como se fosse a maior certeza que ele tinha naquele momento.

Chegamos. Era uma bela casa de festas, era bem grande, mas não era a minha maior preocupação naquele instante o tamanho do lugar onde seria a festa.

Ele passou o braço por cima do meu ombro me beijou no rosto e disse:

- Agora me fala o que você acha...você acredita que vai ser boa?

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