sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sinta essa noite - parte 2


Bom, eu só o olhei e não respondi absolutamente nada, não estava com nada nos meus pensamentos, não conseguia pensar.



Nós entramos juntos, eu e o Victor, a Aline e o Gustavo. A Aline já estava completamente estagnada telepaticamente, porque fisicamente nem um pouco. O Gustavo gostava dela e ela dele, eles ficavam bem juntos, ela era uma menina de 16 anos nada popular no colégio, ele já era um pouco popular pois já estava a mais tempo na escola, conhecia mais gente do que ela, mas mesmo assim eles eram parecidos e combinavam.



Eu e ele ficamos um tempo lá dentro mas depois de mais ou menos uma hora e meia fomos para outro lugar.



- Quer fugir daqui? - disse ele como quem queria mais do que tudo sair daquele lugar.



- Claro, seria ótimo.



- Eu queria te mostrar um lugar, não fica muito longe, na verdade fica no prédio domeu pai, é umas duas ou três quadras daqui.



- Tudo bem, mas eu tenho que ir pra casa as 23:00 horas - eu falei com um ar de chateação e de quem não queria que aquela hora chegasse.



- Não tem problema, eu vou dormir na casa do meu pai e eu te levo a hora que você quiser, é só eu avisá-lo onde vou.



- Eu posso pegar um táxi sozinha, não tem problema, eu não quero lhe causar nenhum incomodo.



- Não é incomodo nenhum Talita! Você nem mora longe daqui, e eu que te convidei pra festa, eu vou te levar em casa!



- Tudo bem então. Agora vamos?



- Sim, claro.



Fomos andando e conversando. Conversamos muito naquela noite, nunca tinhamos conversado daquela maneira. Conversamos sobre tudo, do que gostávamos, do que não gostávamos, sobre nossa família e escola, amigos e lugares que gostamos de ir, música, filme, de tudo.



Quando chegamos lá ele me levou até o jardim que tinha no terraço do prédio e ficamos lá até a hora que eu fui embora. Era um lindo lugar, tinha bastante plantas e flores, e também tinha uma bela iluminação.



- É lindo aqui! - eu disse com uma intonação admirável.



- É sim, eu quis te trazer aqui porque a noite é quando fica mais bonito, por causa da iluminação sabe?



- Aham.



- Err... isso é um pouco estranho e ao mesmo tempo bom pra mim, eu nunca trouxe ninguém pra cá... você é a primeira e isso é legal.



- Eu não sabia disso, pra mim também e um pouco estranho mas é muito legal.



- É... eu estou com muita vergonha e não tenho mas o que falar.



- Vergonha por que?



- Ah, sei lá... nós não somos muito amigos e é estranho.



- É estranho sim mas não precisa ficar com vergonha e não diga nada se você não tem o que dizer, apenas pense e admire aqui.



- Tudo bem...tudo bem.



- Bom... eu sinto muito mas eu tenho que ir.



- Você realmente não pode ficar mais?



- Não eu realmente tenho que ir, eu sinto muito mesmo - eu disse imensamente triste.



- Tudo bem, mas me dê o seu telefone ao menos.



- Sim, claro - eu disse anotando o número do meu celular em um papel lilás que tirei de minha bolsa - mas eu vou sozinha pra casa, por favor fique aqui - disse com pressa, entreguei o papel em sua mão e sai.



- Espere - ele disse puxando-me pelo braço e me colocando contra seu corpo em um abraço apertado.



- Por favor Victor, eu tenho que ir ou ficarei de castigo!



Ele sussurrou em meu ouvido um pedido terno.



- Você quer namorar comigo?



Eu o olhei com uma expressão assustada e feliz ao mesmo tempo.



- E-Eu... não sei o que dizer, você realmente me pegou desprevenida.



- Não precisa responder agora - ele me disse olhando em meus olhos me beijou e completou - pense bem e me responda depois.



- Tudo bem, mas agora eu tenho mesmo que ir - disse confusa.



- Tudo bem, eu te ligo amanhã.



- Okaay!



- Tchau, tenha uma ótima noite Talita.



- Tchau...igualmente Victor - eu o disse beijando e logo após saindo as pressas.



Eu peguei um táxi e cheguei depressa em casa. No caminho a Aline me ligou e avisou que tinha ficado com o Gustavo e que eles iriam sair no domingo e que já estava em casa. Eu fiquei feliz por ela, ela gostava dele e isso era bom.



Cheguei em casa atrapalhada pensando na proposta que Victor me fizera a dez minutos atrás. Não contei pra Aline, não tive coragem, ela iria me falar para aceitar e mesmo apaixonada por ele eu não sabia se era isso mesmo que eu queria, com ele era diferente, eu estava confusa e precisava pensar, apenas pensar.



Entrei em meu quarto e fui direto ao banheiro tomar um belo banho, me relaxou muito e então deitei em minha cama mas não consegui dormir, mesmo cansada, eu não parava de pensar nele.









Continua...

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