quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sinta essa noite - parte 3


Ele me ligou no dia seguinte, ou melhor pra minha secretária eletrónica, três vezes. Não só me ligou, ele me mandou várias mensagens, todas em vão. Não é que ele era grudento, era porque eu não atendi os telefonemas e disse pra ele que ficaria em casa o dia todo, e também não respondi as mensagens, eu não queria falar com ele, tinha meus motivos. Eu não queria que ele se apaixonasse por mim, sim eu era apaixonada por ele, mas nosso relacionamento não iria ter futuro, logo não nos veriamos mais.

Na segunda eu fui pra escola e o vi, ele veio falar comigo, eu não estava com paciencia nem com humor pra falar com ele e sobre o minha mudança repentina de humor.

- Heey - ele se dirigiu a mim com ar de decepção me beijando na bochecha.

- Olá - eu disse sem olhar em seus olhos.

- A gente pode conversar sozinhos Talita? - ele apenas disse isso porque eu estava não só com a Aline mas também com o Daniel e a Victoria.

- Claro Victor! Já venho gente.

A gente foi lá pra fora, e andando ele começou a sessão:

- Você recebeu minhas mensagens e telefonemas?

- Sim, recebi - eu fui tão incensivel que me deu nojo de mim mesma.

- Por que você não me respondeu? Eu fiquei preocupado - ele disse com uma atenção que eu não merecia no momento.

- Porque eu não...quis... - eu me sentia menos cada vez mais por dentro pois agora era esplicita a mágoa e a decepção que ele estava sentindo de mim.

- Eu realmente pensei que você fosse diferente Talita - ele disse se virando e indo embora.

- Victor...volta, desculpa - ele retornou olhando com um certo rancor mas com esperança de uma explicação plausivel - eu realmente preciso falar com você, mas não dá pra ser aqui, a gente pode sair se você quiser?

- Claro, claro, mas pode ser no sábado ou na sexta depois da aula? É que eu tenho prova a semana inteira - ele estava confuso, é confusão era uma palavra certa no momento para descrever aquele momento.

- Claro, sem problema - eu disse mais aliviada por não ter magoado-o profundamente.

Ele me abraçou, eu o abrecei de volta lógico, e então derramei uma lágrima ou duas, tudo bem eu tive que ir no banheiro, eu chorei um pouquinho, afinal ele era a última pessoa que eu queria magoar e decepcionar.

Chegou sábado, eu não queria falar sobre isso com ele, eu choraria e o magoaria, mas eu tinha que fazer isso e ser forte.

Ele me ligou dizendo pra gente se encontrar no Joe's café. Era um agradavel café no centro da cidade. Eram três horas da tarde, a gente começou a conversar e rimos bastante, mas tive que tocar no assunto.

- Eu preciso falar com você uma coisa meio séria - eu disse desolada.

- Fala Ta! - ele disse um pouco animado e ele me chamou pela primeira vez de Ta, como todos os meus amigos me chamavam.

- Lembra que na sexta passada você pediu pra namorar comigo?

- Sim claro, como eu poderia esquecer.

- Então, eu não vou poder aceitar, e eu quero que você saiba que eu mais do que ninguém sinto muito mesmo - eu falei com a voz mais triste que eu poderia produzir, mas não por falsidade, eu estava realmente triste.

- Mas por quê? Eu fiz alguma coisa?

- Não, nunca!

- Então o que é?

- Eu vou mudar de escola.

- Mas não tem problema, podemos nos ver aos finais de semana.

- Não Vi, não é isso. Eu vou mudar de cidade!

- Não!! Por quê?

- Minha mãe teve o trabalho tranferido para o litoral, supervisionar um projeto de biologia marinha.

Ele só me olhou triste e abaixou a cabeça.

- Eu sinto muito - disse com uma lágrima ralando por minha face contra a minha vontade.

- Não chora, você não tem culpa. Eu sei que você não iria se não precisasse realmente! - ele disse numa compreenção confortante.

Eu abaixei a cabeça com lágrimas escorrendo. Eu estava sentada em sua frente, ele levantou e sentou-se ao meu lado. Eu o olhei, ele não disse nada apenas me abraçou.

- Eu sinto muito Victor. E não quero me mudar, eu gosto daqui, eu tenho amigos, eu tenho você! - eu tentei pronunciar entre soluços provocados pelo choro constante.

- Eu sei amor, eu sei. Mas podemos nos ver sempre que der. Meu pai moa no litoral e eu posso ir pra lá sempre que quiser, pra te ver - ele me consolava como se eu fosse uma criança que tivesse perdido seu brinquedo favorito.

- Mas e se você conhecer uma nova garota, e se eu conhecer um novo garoto?

- Eu não sei, se você quiser namorar comigo a distancia, eu vou ser fiel a você e você a mim.

- Tudo bem. Mas eu posso te responder depois?

- Claro!Quando que você vai?

- Daqui um mês.

- Vamos curtir juntos até lá e depois veremos.

- Sim, tudo bem.

- Eu estou apaixonado por você, sua sadica.

- Desculpa, eu não queria isso, por isso te ignorei, pra você pensar que eu era ruim e não se apaixonar, mas eu não consegui ser má com você.

- Você é realmente louca, eu já me apaixonei naquela noite.

- Eu sou apaixonada por você desde quando eu derrubei minhas coisas e você me ajudou a pegar, desde a primeira vez que olhei no seus olhos.

- Você é linda e eu te adoro.

- Você é maravilhoso e eu também te adoro! Você é muito bom pra mim.

- É, você também me faz bem.

Eu parei de chorar e começamos a nos divertir de novo, aparoveitar o tempo que nos restava juntos. Eu o amava, é eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.

P.S.: eu sei que os posts estão ficando grandes, ams é que eu me empolgo haha. e a história também tá ficando grande née? mas vai ficar legal, prometo!

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