segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Sinta essa noite - parte 4 e última


Eu me mudei pouco tempo depois, uns dois meses. Foram os dois meses que passaram mais depressa, os melhores, é. Eu nunca me senti daquele jeito no dia da mudança de "hábito", me senti estranha. Minha mãe deixou eu ficar o dia inteiro com ele, ela disse que se meu pai fosse só no outro dia, eu poderia ficar com ele. Ele ficou Isso foi bom eu acho. Estávamos nos mudando num sábado, iria para a nova casa no domingo com meu pai. Estava depressiada, triste. Sentimentos novos me deixavam confusa, tonta. Não era boa com coisas novas, tratava aquilo como se fosse a coisa mais insignificante do mundo, não medeixava abater nunca, mas como sempre há uma exceção, eu me abati, eu o amava, ou pensava que amava. Era sempre assim, confundia as coisas com facilidade. Mas no fundo mesmo, eu sabia que quando eu mudar aquilo tudo iria acabar e talvez ficar na memória. Era passageiro, eu entendia, era fácil. Chegou sábado, sai com o Victor, saímos às nove da manhã, estava um dia lindo.
- Alô? - eu disse com um ar aflito ao celular, era ele, ele estava chegando.
- Alô Tá, é o Victor, eu já to chegando.
- Ah okaay, vou te esperar lá embaixo já. Beijos.
- Okaay, beijos.
Desci, estava meio nostalgica, descendo e lembrando do que passei naquele prédio com meus amigos. Foi uma ótima época, eu iria sentir saudades.
- Bom dia Tá! - ele disse me beijando, um tanto animado demais para mim.
- Bom dia Vi.
- Bom, hoje só vou te trazer de volta à noite, hoje você é minha.
- Ah é? E pra onde vamos?
- Ah, é uma surpresa, sua boba, você vai ver na hora.
- Ain que malvado, me tá deixando curiosa.
- É, eu sou bom nisso - ele deu um sorriso totalmente cruel e me olhou nos olhos, aquilo estva me matando.
- Convencido - rimos juntos em unissono.
Entramos num táxi, fomos a caminho de um bairro de São Paulo, eu realmente não tinha idéia pra onde ele estava me levando, não conhecia aquele bairro.
Chegamos, era um prédio com uma arquitetura antiga, muito bonito. Subimos té o terraço, tinha um belo jardim, como da primeira noite em que nos beijamos. Eu comecei a chorar, ele tinha feito como uma exposição de todas nossas fotos, desde o show até a ultima foto, no caso ontem. Foi lindo.
- Por que você está chorando meu amor?
- Porque eu sei que isso não é real, que isso tá acabando, e essa areia está escorrendo entre meus dedos, e isso dói mais do que eu imaginava, eu realmente não queria ir, te perder, eu gosto muito de você, da sua compania, mas está acabando, amanhã não vamos nos ver mais.
- Mas é claro que vanmos nos ver, eu vou todos os finais de semana te ver, voce é minha namorada e eu te amo, não importa onde você esteja.
- Não você não vai, mesmo me amando, é muito longe, é diferente, isso vai acabar.
- Não seja pessimista Talita, eu te amo e eu irei mesmo que seja do outro lado do país, não importa a distância pra mim. Mas parece que você não quer mais.
- Não seja dramático Victor - eu parei de chorar instantaneamente depois de todas aquelas palavras dura que ele acabara de falar - você sabe muito bem que eu gosto muito de você.
- Mas você não me ama. Em todo esse tempo que estamos juntos você nunca falou que me amava, ao contrário de mim, que digo todo o tempo pra você - ele disse com um nó visível na garganta, ele queria chorar e isso me partia o coração.
- Você realmente não e conhece, você não sabe o que está acontecendo comigo e eu odeio isso em você, você nunca me perguntou o que eu estava pensando, pra mim isso não é amor.
- E então o que está passando com você? O que você está pensando Talita?
- É a primeira vez que eu sinto algo tão forte por alguém, você me faz sonhar de novo, eu penso em você todos os dias antes de dormir, você me faz suspirar, é difícil pra mim assumir isso, eu tenho medo, eu tenho medo de quando eu te perder eu me ferir.
- Eu realmente não sabia disso, eu sinto muito Tá, eu te amo, me perdoa, eu realmente sinto muito - ele me disse beijando minha testa e me abraçando como se fosse uma criança perdida.
- Eu te perdou, é lógico Vi, mas acabou, eu não quero sentir dor, por favor não vá me ver. Quando você for passar um fim de semana ou as férias na casa do seu pai me liga, a gente pode sair, mas namorar a distância vai me machucar demais.
- Eu entendo, mas ficar longe de você vai ser difícil demais pra mim, eu também tenho medo, medo de ficar sem você.
- É preciso Victor, por favor me entenda, eu gosto de você e vai ser duro no começo, mas vamos nos ver, apenas vamos seguir nossas vidas.
- Eu não te entendo, se você gosta de mim, como você diz, por que não quer continuar o namoro?
- Porque é mais difícil do que você pensa - eu falei já com lágrimas nos olhos.
- Me explica então.
- Eu vou me mudar para o llitoral, minha mãe vai terminar o projeto daqui um ano e meio mais ou menos, com certeza vou me mudar pra mais longe ainda, vamos nos ver raramente, vou conhecer outros garotos, e você outras garotas, nossa vida uma hora ou outra vai seguir em frente então vamos poupar sofrimentos, por favor.
- Eu não tenho o que dizer, eu gosto realmente de você, isso dói também, nos separarmos agora, eu não quero te perder.
- Mas podemos nos ver ainda, nas férias, em alguns finais de semana, mas se você encontrar uma menina melhor que eu você vai estar livre pra ficar com ele, e eu quero que você seja feliz e não preso a mim.
- Eu entendo, vamos ser amigos apenas?
- Sim, claro, mas se quando nos encontrarmos de novo, se não tivermos comprometidos é lógico que se rolar alguma coisa podemos ficar.
- Tudo bem, mas você vai hoje?
- Não, hoje ainda vou dormir aqui, com meu pai, vou amanhã de manhã.
- Bem, você pode dormir na minha casa? Eu te levo de manhã.
- Eu ligo pros meus pais.
- Tudo bem - ele deu um sorriso terno e me abraçou forte, me senti mas segura e protegida naquele momento.
Ele segurou na minha mão e começou a andar, eu o seguia rapidamente.
- Vem, eu quero te mostrar uma coisa.
Fomos por um pequeno e estreito caminos até o telhado de um teatro. A vista de lá era linda, facinante. Ficamos lá conversando até a hora do almoço. Quando ficamos com fome, descemos e fomos à um restaurante do outro lado da cidade, o meu preferido. Comemos e depois fomos andar. A tarde passou muito rápida. Já estava escurecendo quando liguei para os meus paispara pedir se eu poderia dormir na casa do Victor. Minha mãe deixou, ela me entendia, sabia o que eu estava sentindo. Já meu pai ficou meio apreensivo, mas deixou também após conversar com minha mãe.
Fomos dormir bem tarde, ficamos conversando até que eu dormi, estava deitada em seu peito, na sala, ele enrolava a ponta de meus cabelos em seus dedos. Eu acordei duas horas depois, ele ainda estva acordado.
- Desculpa, eu te acordei Vi?
- Não, que isso - ele sorriu - eu ainda não dormi.
- Mas já são seis da manhã - eu disse olhando as horas no meu celular.
- Eu gosto de te ver dormindo, você dorme tão calma.
- Ain, que vergonha.
- Vergonha de que?
- Ah, de você, sei lá - eu disse enrubrecendo.
- Bobinha - ele disse rindo.
- Você precisa dormir.
- Não, daqui a pouco você vai embora.
Eu olhei para ele e ele estav com olhos de piedade, estva tão triste quanto eu. Conversmos mais um pouco até dar a hora de ele me levar para casa, para eu ir embora, para eu nuca mais vê-lo - de certa forma.
Estavamos a caminho da minha ex-casa. Quando chegamos ele me abraçou forte, me deu um anel com uma carta e me beijou. Ele me disse que não era para eu esquecê-lo jamais. Tirei o meu colar - eu nunca o tirara - e dei a ele.
- Do mesmo modo que você me deu o seu anel que tem tanta importancia pra ti, você vai ficar com o meu colar, quando nos vermos novamente trocamos.
- Tudo bem, mas nunca me esqueça, eu nunca vou te esquecer.
- É claro que não, eu te amo - foi a primeira vez que eu disse isso a ele.
- Eu também te amo - ele disse chorando, comecei a chorar também.
Como eu odiava despedidas, elas me matavam por dentro, doiam demais, principalmente essa.
Entrei no carro e fui embora, ele agora fazia parte da minha lembrança.


*** *** ***

Olá moranguinhos :D
Esse post ficou enorme, é. E esse conto também, mas acabou.
Sei lá eu gostei dele.
Bom é só isso, agradeço pela paciência.
2 beeijos

Um comentário:

  1. Muito obrigada por comentar no Divã Cor de Rosa, se puder conhecer o Melhor Amiga e o Mundo de Natty, ficarei muito grata! Beijos

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