segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Elizabethtown - capitulo 5


Bom, eu estava realmente com muita sorte, o garoto popular "gostava" de mim, meu melhor amigo tinha se mudado pra mesma cidade - fim de mundo - que eu, e estava ficando muito amiga do Guilherme. Achei até um pouco estranho essa maré repentina de sorte, mas como uma pessoa qualquer eu estava aproveitando, nunca tinha muita sorte mesmo, um pouco não iria fazer mal - eu acho.
- Então Joe, você vai estudar aqui mesmo ou na cidade vizinha?
- Aqui mesmo, com você.
- Que bom - disse sorrindo, muito feliz.
- Duda, eu fiz chá, vocês querem? - Fe gritou da cozinha.
- Sim estou indo pegar - gritei, respondendo-o.
Desci as escadas correnso em direção a cozinha e escorreguei - era um pouco descordenada - no tapete que havia na porta do banheiro, a caminho da cozinha. Coloquei o chá em uma bandeja com alguns biscoitos. Subi as escadas com muito cuidado para não derrubar nada, quando cheguei na porta do meu quarto, ouvi Joey no telefone e resolvi não entrar para não atrapalhá-lo.
- Mãe, ela é minha melhor amiga e não vou deixá-la sozinha - ouvi a voz dele exaltada citando-me na conversa - a mãe dela morreu e ela está sozinha na cidade, eu não vou voltar pra casa.
- Eu disse que vim morar com meus avós porque você e o papai estavam na Europa a trabalho - houve uma pequena pausa - não, eu não tenho vergonha de mentir pra ela, eu vou ajudá-la, ela precisa de mim - disse desligando o telefone.
Entrei no quarto alguns segundos depois, pus a bandeja em cima da minha mesa e indaguei-o:
- Por que você mentiu pra mim?
- O que? - ele disse assustado - eu não menti pra você - disse desviando o olhar.
- Sim, você mentiu. Você não está aqui porque seus pais estão na Europa.
- Duda, olha, eu quero te ajudar e você está muito mal, o Fe me ligou e disse que te ouvia chorar a noite depois de supostamente falar com sua mãe, ele estava preocupado e não sabia o que fazer, então eu vim pra cá.
- O que você quer agora? Perdão?
- Não, eu quero compreensão.
- Tudo bem, vou dá-la a você, mas eu posso ficar sozinha agora?
- Claro, mas por favor me entenda.
- Sim, depois a gente conversa, eu te ligo amanhã.
- Sem problemas, até amanhã então - disse me dando um beijo na testa e pegando sua jaqueta de couro preta que estava em cima da minha cama e foi embora.
Na hora comecei a chorar, muito, afinal não podia nem mais confiar tanto assim no meu melhor amigo, tinha cabdo de mentir pra mim, e minha maré de sorte? É, acho que ela se foi, pra bem longe, as coisas apenas começavam a piorar.
Algumas vezes você tinha pesadelos, e algumas sonhos lindos, mas nenhum durava pra sempre, você sempre acordava, por mais que você queria que ele durasse.
Deitei em minha cama, me cubri até a cabeça, e comecei a falar com a minha mãe, dormi algum tempo depois. Sonhei com minha mãe, quando eu era pequena. Mas o meu pesadelo real, estava apenas começando.

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