domingo, 27 de dezembro de 2009

Elizabethtown - capitulo 7


- Porque mais uma vez alguém que eu amo muito foi embora, mas eu já estou acostumada - disse lutando para que minhas lágrimas não marcassem o meu rosto novamente.
- Eu sinto muito - ele sussurrou em meio a uma abraço - mas você não está sendo um pouco dramática?
- O que? - eu sai dos seus braços.
- É, já está acostumada? Você é tão amada por todos e as vezes surgem imprevistos sabia? - disse com expressões de medo, talvez medo de me magoar.
- Eu sei disso, mas uma pessoa que eu amava mais que tudo e meu melhor amigo foram embora sem explicação e motivo algum, e isso dói sabia?
- Sim, eu sei, minha mãe morreu no meu parto e meu pai se matou, moro com meus avós aqui, eu já te disse que não nasci aqui, né?
- O que, eu não sabia dos seus pais, eu sinto muito - agora a luta era contra as minhas lágrimas cada vez mais forte.
- É, eu acho que meu pai se culpava pela morte da minha mãe e não conseguiria viver com esse fardo, mas não o culpo, e nem a mim mesmo, essas coisas acontecem, mesmo eu não tê-los conhecido, eu sinto falta, falta das figuras paterna e materna.
- Eu sinto muito, de verdade, não sabia disso - disse chorando muito, mais uma vez as lágrimas tinham vencido-me - eu sei o quanto isso dói, minha mãe foi assassinada há três anos.
- Isso é pior, assassinato é mais difícil, eu acho - disse me dando um abraço que me confortou demais.
- Não sei o que é pior, mas a falta que eu sinto dói muito, dia-a-dia fica mais forte.
- É, para mim não tanto, eu não os conheci, e já fazem 15 anos né.
- Isso não importa agora, não quero falar disso agora.
- Tudo bem, mas por que seu amigo foi embora?
- Não sei ao certo, apenas sei que os pais dele descobriram que ele vira aqui para me ver e não para estudar, e foi embora.
Conversamos muito, rimos, choramos, nos abraçamos e andamos.
- Posso te mostrar uma coisa? - perguntou ele se pondo a minha frente em um pulo e estendeu sua mão.
- Claro - peguei sua mão dando-lhe um sorriso.
Ele me mostrou uma linda paisagem nos sentamos em um muro de pedra e esperamos o sol se por em silêncio, aquele silêncio falou mais do que qualquer palavra, aquilo não poderia estar acontecendo.

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